quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu queria ter sido uma puta por todo esse tempo. Eu preferia ter ignorado qualquer sinal de amor que começasse a crescer entre nós, porque cansei de assistir casos de amor terminando em sofrimento. Mas não. Fui mais além. Não estabeleci limites entre vocês dois - você e a garota na qual eu me transformo quando estamos juntos - e deu nisso que podemos ver hoje.
Você era minha válvula de escape enquanto eu era sua boneca inflável. O problema é que eu falo, certo? Eu falo tudo que você não quer ouvir, da pior forma possível, jogando defeitos e sentimentos na tua cara-de-pau. E você me dá todo o teu desprezo como forma de agradecimento.
Dor se paga com dor.
Fato é que eu sempre fui odiada e o desprezo era novidade pra mim, assim como o realismo era pra você algo inesperado e desconhecido.
E tudo isso atrai: a surpresa, o novo, o espanto. E vicia.
Mesmo que eu fosse paga pra ter só sexo com você, qualquer movimento ou palavra que viesse de um de nós dois, marcaria o outro pra sempre.