sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Que o telefone não vai tocar você sabe.
Que nenhuma plaquinha vai subir, também.
E, querida, esquece a Caixa de Entrada.
Não tem recados na geladeira pra você e o carteiro não parou na sua porta.
Não, não foi por medo do cachorro nem por distração.
E não é culpa da Vivo que teu celular não toca.
É culpa sua.
Você que não soube manter. Choramingou demais! Quê isso, ninguém gosta da companhia de gente triste, sua boba! Você deveria ter aprendido algum jogo de cartas, outra lingua, matemática. Podia ter falado da nova música daquela banda legalzinha que todos curtem (menos você).
Mas preferiu ficar quieta.
Óbvio que não te ligam! Você é aquela guria que não gosta de falar, que não tem histórias, se lembra? Você não é "muito de sair" né? Pra quê te chamariam, então?

Foi essa impressão preta-e-branca que você deixou.
E agora não adianta mais correr ou gritar, que nem as pombas você assusta...

domingo, 4 de outubro de 2009



Pela forma como olhava para fora percebi que não era meu e não seria de ninguém.
Indispliscente.
Observando as árvores passarem rápido no caminho, enquanto seu cabelo e sua cabeça voavam.
Incoercível.
Nunca fora de ninguém.
Não seria meu.
Pertencia ao próprio coração,
à canção que compunha silenciosamente


E ao vento.